sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sobre as manifestações

     Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que não gosto de discutir sobre política, por n motivos, mas principalmente pelo fato de que minha opinião muda com uma frequência bem alta, quase que diariamente, penso que em parte por ter apenas 16 anos e por gostar muito de ouvir o que os outros tem a dizer, e embora eu não julgue isso ruim, algumas pessoas hão de lembrar de coisas que disse há muito tempo, e provavelmente eu não me lembrarei, então peço que considerem esta a minha opinião do dia de hoje. Sobre o dia de amanhã, nada sei.
     No dia de ontem (20/06/2013) eu comparecia à manifestação do #MPL, na Av. Paulista, com minha irmã, o namorado dela, e alguns amigos dele. O Movimento Passe Livre, como a própria definição do site, é um "Movimento social autônomo, horizontal, independente e apartidário que luta por um transporte público gratuito e de qualidade, sem catracas e sem tarifa. " e, praticamente por osmose, de esquerda. No momento em que entramos, pude notar três coisas: 1- Tinha uma mina bem louca gritando coisas como "Viva a ditadura militar" e "Fora comunistas" (isso em um ato organizado por um movimento de esquerda) ; 2- Uma grande parcela das pessoas estava pintando o rosto de verde e amarelo e levava bandeiras do Brasil, o que evoca um espírito de uma época que a maioria ali não viveu (inclusive eu) e 3- Havia uma divisão bem clara entre direita, esquerda e pessoas que estavam ali por estar: a direita estava do lado esquerdo da avenida, a esquerda do lado direito e as pessoas perdidas ocupavam calçadas e ficavam ao lado das pessoas de direita e ao redor das pessoas de esquerda, praticamente como em um corredor polonês.
     Nós andamos por um tempo em meio a multidão, até encontrarmos um ponto ao lado das pessoas do #MPL, no meio do corredor, e pertíssimo das pessoas que levavam bandeiras de partidos. Não sou a favor dos partidos lá, nem sou fã do PT, mas eles têm o direito de levarem as suas bandeiras, foi por isso que a geração dos nossos pais lutaram, por um país com partidos e diversidade de opinião. Enquanto caminhávamos, as pessoas gritavam "Sem Partidos", "Abaixem suas bandeiras", uma meia-dúzia tentava puxar o coro do hino nacional e se via diversas placas por diversos motivos diferentes e vagos como "Não à corrupção". Em um certo momento, eles literalmente avançaram contra os militantes partidários e até contra o #MPL, que organizou o movimento, e eles se retiraram.
    Não ter direito de levantar sua bandeira? Isso é censura. Anti-partidarismo? Isso é fascismo. Nacionalismo exacerbado? Isso é militarismo. Luta por motivos vagos? Isso não leva à nada. Violência contra manifestantes pacíficos? Isso é repressão. O povo apoiando a direita? Isso remete à "Marcha pela família, com Deus, pela liberdade." Junte então censura, fascismo, nacionalismo, o povo sem saber o que quer, repressão e a vitória da direita e teremos preparado um Golpe Militar, ou "apenas" uma ditadura instaurada por um oportunista com um belo discurso.
     No momento em que começou o confronto em que rasgaram e atearam fogo nas bandeiras, eu tive medo. Não por estar no meio do tumulto, mas tive medo pelo meu futuro, pois aquelas pessoas que ali estavam (e eram muitas) não me representavam. Naquele instante, lembrei-me de uma aula de história que tive no começo deste ano: meu professor encenou um discurso em que pedia ao povo que renunciasse aos seus direitos por 10 anos e em troca, ele acabaria com a corrupção no Brasil. Quando confrontada se concordava com o que ele pedira, a sala disse que sim. Ali estavam 37 pessoas, de 17 anos de idade, pré-vestibulandos, que cederiam todos os seus direitos por um belo discurso.
     Então, com isso, venho fazer-lhes um apelo: pensem. Pensem antes de entrarem em uma manifestação sem saber o porque dela. Pensem antes de apoiar uma causa sem procurar antes saber sobre o que ela fala. Pensem antes de pedir o Impeachment de uma presidente que, até agora, não nos fez nada. Pensem ao ouvir o discurso dos queridos Datena, Marcelo Rezende e até do William Bonner. Não acredite em tudo que vê na tv, nem em tudo que lê e pense, muito bem, antes de dar a louca (que nem eu fiz agora) e sair expondo sua opinião. Ontem, na manifestação, eu estava lá por acreditar que o transporte público deveria ser "de graça", ou seja, sem tarifa. Se hospital público é "de graça", se escola pública é "de graça", porque o transporte público não o é? Não é para isso que pagamos impostos? Enfim, eu estava lá porque tinha um motivo conciso e concreto. Mas as outras pessoas não, estas eram pessoas que muito provavelmente nem sabem a definição de direita e esquerda e do que foi o AI 5, e é delas que eu tenho medo.

sábado, 1 de junho de 2013

Dança comigo esta noite?

Você me chamou pra dançar aquele dia, mas eu nunca sei rodar. Aquela foi a valsa mais desengonçada que o mundo já viu. Você riu tanto da minha cara de boba, que pisou no meu pé, eu caí no chão macio, e te xingo até hoje. Você falou que ficou vendo minhas fotos de batom vermelho, e eu roubei seu boné. Pensei em você hoje, e te vi online. Lembro do seu cheiro no meu, como sempre, nosso. Seu rosto ficou vermelho, e o ar, pouco a pouco, foi embora, mas você saiu do meu aperto e o dia acabou. Seu corpo no meu e o mundo revigora, somos um mais uma vez. Não sei se gostas de mim, mas me dá uma noite e vem ficar comigo que eu te faço sentir o que eu sintoFica comigo esta noite, que não te arrependerás.