domingo, 22 de setembro de 2013

3 meses

Quero fugir pra um lugar assim,
Que não dependa de você e seus confins.
Um lugar em que eu possa ficar só, sem você.
Um lugar que a vida me dará,
Num futuro tão próximo
Mesmo assim distante
Em que meu amor floresça,
Longe de ti.

No meu lugar de liberdade
Não importa a saudade
Nem a vontade de te ver.

O que quero é sororidade
Amparo e fraternidade
De mim e de eu mesma.

Hoje, sou pássaro preso
A um presente amargo
Que me tira a vontade de viver
e de ser.

Almejo a liberdade
No meu amanhã azul.
Já que um dia ele disse
"Eles passarão,
Eu passarinho"

terça-feira, 9 de julho de 2013

Agradecer.

Agradeço, hoje, pela sinceridade.
Pelo carinho.
Pela dedicação.
Sei que sofres
Sei que choras
Sei que amas
Mas não vá embora,
meu bem.

Sofreste, eu sei
Amaste, eu sei
Mas não hoje
e não agora.

Hoje o amor
de quem se ama
se acabou
e revigora.

O meu Deus, que lhe ama
Dadaísta por si só
Já não mais proclama
e o futuro explora.

Peço que não se acanhe
E venha, cá comigo
Tomar de um vasilhame
Um gole [de vida
e] de alivio.

Meu coração,
Por muitos castigado
Resta hoje em paz
A procura do esperado.

Agradeço a companhia
Do hoje e do sempre
Quem em meio a alegria
Escreve um novo futuro,
meu bem.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sobre as manifestações

     Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que não gosto de discutir sobre política, por n motivos, mas principalmente pelo fato de que minha opinião muda com uma frequência bem alta, quase que diariamente, penso que em parte por ter apenas 16 anos e por gostar muito de ouvir o que os outros tem a dizer, e embora eu não julgue isso ruim, algumas pessoas hão de lembrar de coisas que disse há muito tempo, e provavelmente eu não me lembrarei, então peço que considerem esta a minha opinião do dia de hoje. Sobre o dia de amanhã, nada sei.
     No dia de ontem (20/06/2013) eu comparecia à manifestação do #MPL, na Av. Paulista, com minha irmã, o namorado dela, e alguns amigos dele. O Movimento Passe Livre, como a própria definição do site, é um "Movimento social autônomo, horizontal, independente e apartidário que luta por um transporte público gratuito e de qualidade, sem catracas e sem tarifa. " e, praticamente por osmose, de esquerda. No momento em que entramos, pude notar três coisas: 1- Tinha uma mina bem louca gritando coisas como "Viva a ditadura militar" e "Fora comunistas" (isso em um ato organizado por um movimento de esquerda) ; 2- Uma grande parcela das pessoas estava pintando o rosto de verde e amarelo e levava bandeiras do Brasil, o que evoca um espírito de uma época que a maioria ali não viveu (inclusive eu) e 3- Havia uma divisão bem clara entre direita, esquerda e pessoas que estavam ali por estar: a direita estava do lado esquerdo da avenida, a esquerda do lado direito e as pessoas perdidas ocupavam calçadas e ficavam ao lado das pessoas de direita e ao redor das pessoas de esquerda, praticamente como em um corredor polonês.
     Nós andamos por um tempo em meio a multidão, até encontrarmos um ponto ao lado das pessoas do #MPL, no meio do corredor, e pertíssimo das pessoas que levavam bandeiras de partidos. Não sou a favor dos partidos lá, nem sou fã do PT, mas eles têm o direito de levarem as suas bandeiras, foi por isso que a geração dos nossos pais lutaram, por um país com partidos e diversidade de opinião. Enquanto caminhávamos, as pessoas gritavam "Sem Partidos", "Abaixem suas bandeiras", uma meia-dúzia tentava puxar o coro do hino nacional e se via diversas placas por diversos motivos diferentes e vagos como "Não à corrupção". Em um certo momento, eles literalmente avançaram contra os militantes partidários e até contra o #MPL, que organizou o movimento, e eles se retiraram.
    Não ter direito de levantar sua bandeira? Isso é censura. Anti-partidarismo? Isso é fascismo. Nacionalismo exacerbado? Isso é militarismo. Luta por motivos vagos? Isso não leva à nada. Violência contra manifestantes pacíficos? Isso é repressão. O povo apoiando a direita? Isso remete à "Marcha pela família, com Deus, pela liberdade." Junte então censura, fascismo, nacionalismo, o povo sem saber o que quer, repressão e a vitória da direita e teremos preparado um Golpe Militar, ou "apenas" uma ditadura instaurada por um oportunista com um belo discurso.
     No momento em que começou o confronto em que rasgaram e atearam fogo nas bandeiras, eu tive medo. Não por estar no meio do tumulto, mas tive medo pelo meu futuro, pois aquelas pessoas que ali estavam (e eram muitas) não me representavam. Naquele instante, lembrei-me de uma aula de história que tive no começo deste ano: meu professor encenou um discurso em que pedia ao povo que renunciasse aos seus direitos por 10 anos e em troca, ele acabaria com a corrupção no Brasil. Quando confrontada se concordava com o que ele pedira, a sala disse que sim. Ali estavam 37 pessoas, de 17 anos de idade, pré-vestibulandos, que cederiam todos os seus direitos por um belo discurso.
     Então, com isso, venho fazer-lhes um apelo: pensem. Pensem antes de entrarem em uma manifestação sem saber o porque dela. Pensem antes de apoiar uma causa sem procurar antes saber sobre o que ela fala. Pensem antes de pedir o Impeachment de uma presidente que, até agora, não nos fez nada. Pensem ao ouvir o discurso dos queridos Datena, Marcelo Rezende e até do William Bonner. Não acredite em tudo que vê na tv, nem em tudo que lê e pense, muito bem, antes de dar a louca (que nem eu fiz agora) e sair expondo sua opinião. Ontem, na manifestação, eu estava lá por acreditar que o transporte público deveria ser "de graça", ou seja, sem tarifa. Se hospital público é "de graça", se escola pública é "de graça", porque o transporte público não o é? Não é para isso que pagamos impostos? Enfim, eu estava lá porque tinha um motivo conciso e concreto. Mas as outras pessoas não, estas eram pessoas que muito provavelmente nem sabem a definição de direita e esquerda e do que foi o AI 5, e é delas que eu tenho medo.

sábado, 1 de junho de 2013

Dança comigo esta noite?

Você me chamou pra dançar aquele dia, mas eu nunca sei rodar. Aquela foi a valsa mais desengonçada que o mundo já viu. Você riu tanto da minha cara de boba, que pisou no meu pé, eu caí no chão macio, e te xingo até hoje. Você falou que ficou vendo minhas fotos de batom vermelho, e eu roubei seu boné. Pensei em você hoje, e te vi online. Lembro do seu cheiro no meu, como sempre, nosso. Seu rosto ficou vermelho, e o ar, pouco a pouco, foi embora, mas você saiu do meu aperto e o dia acabou. Seu corpo no meu e o mundo revigora, somos um mais uma vez. Não sei se gostas de mim, mas me dá uma noite e vem ficar comigo que eu te faço sentir o que eu sintoFica comigo esta noite, que não te arrependerás.

domingo, 28 de abril de 2013

Soneto do amor maior

SONETO DO AMOR MAIOR


Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.


E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.


Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo


Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

    -Vinícius de Moraes

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Eu sinto falta de alguém, só não sei quem


           Essa semana me senti vazia. Me peguei várias vezes vendo aquele mesmo episódio de Friends e sentindo uma dor no coração que não sei da onde vinha. E naquela cena eterna, eu chorei, e me odiei... Foi então que percebi que não era o mesmo episódio, nem a mesma cena, era a mesma eu repetindo os mesmos sentimentos em um loop do qual não conseguia fugir.
           Eu sinto falta de amar, eu acho. Mas não é você... Por mais falso que pareça o que vou dizer, hoje você é meu amigo, não comida. Me sinto uma vegetariana de emoções. Talvez seja por isso que esteja me sentindo assim. Me peguei chorando, mas não durante o banho, eu estava chorando pelos cantos, mas, o pior é que, eu estou feliz! Como pode isso?!
            É saudade, eu acho. Eu sinto falta de alguém, só não sei quem. Acho que eu sinto falta de amar. Abandonei minha paixão em dezembro e sinceramente, não sei quando vou voltar pra ela. Tenho medo de que se for do mesmo jeito, vou fugir, de novo. E eu tenho medo de mudar também...pode isso? Que loucura, que vacilo, hein? Babaca.
           Do jeito que estou andei pensando em te mandar uma mensagem: me procura, me liga, me ama. "Larga sua namorada e vem ficar comigo". Babaca. Eu te amei, mas não te amo mais. Não me procura, me erra, me esquece. Fica com ela que você é feliz assim, e eu também, eu acho. Mas não para de falar comigo, tá bom assim.
           Agora que estou escrevendo, acabei pensando, será que não é saudade do outro? Aquele, do cheiro que periodicamente grudava em mim. Também tem namorada, mas com ele é diferente. Com você foi platônico, com ele foi quase real. Quase, porque ele tem namorada. Mas pra ele eu pediria, sim, e se um dia ele ler isso, eu peço: me procura, me liga, me ama. Larga sua namorada e vem ficar comigo que eu te faço sentir o que eu sinto.
          Lendo o que escrevi penso que não sou mais a mesma. Olha lá, o primeiro post desse blog, e vê o quanto eu mudei. Eu não me sinto mais a mesma, eu não sou mais a mesma. Eu to feliz, assim, eu acho. Sinto falta do mundo que eu vivi há quatro anos, mas sinto falta do ano retrasado também. Quero vê-los e fingir que nada mudou. Quando penso em alguém, só penso em vocês, e aí então, estamos bem. Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, nem desistir nem tentar agora, tanto faz.
Estamos indo de volta pra casa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Scent

Seu cheiro.
Luz de luar, inebria, enlouquece.
Fogo de pedra, devora, esplandesce.
Chiclete de bola, provoca, aluscina.
Da fauna e da flora, desperta, domina.

Seu cheiro.
Tsunami de pó, sepulta, prevê.
Sem medo, sem dó, consome, você.
E eu...
E nós...

E é assim, sempre assim.
Minha pele reclama, meu olfato proclama,
Te quero, te busco, te cheiro.
Seu cheiro...
Meu cheiro...
Nosso cheiro.

Perfume de sífide, anuncia um futuro que só eu sei.
Seu corpo, sua mente, eu.
Coitado de quem um dia se disse independente.
Nessa hipocrisia solúvel, quem morre é a gente.

À água, de peixe, a amônia.
À terra, de onça, o diamante.
Ao fogo, de pedra,  o magma.
Ao ar, de águia, o perfume.
À mim, de si, o cheiro.
Nosso cheiro...
Meu cheiro...
Seu cheiro.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Arte suave


Hoje faz um ano que eu luto jiu-jitsu e, sei lá, não era bem assim que eu esperava estar... mas eu sei que aprendi muita coisa nesse meio tempo, paciência, dedicação, respeito, 'disciplina', lealdade, o gosto da derrota e a não querer sentir ele de novo, a sensação da plena exposição ao entrar em um Ibirapuera lotado, o medo e principalmente a indignação com a minha pessoa por sentí-lo. Sei lá, acho que é isso, ou não, não sei, mas prometo que um dia eu descubro e conto pra vocês ;3

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Diálogo: underneath side.

    Pense em fechar seus olhos, o que você vê? Luzes? Escuridão? Ou uma luz vermelha? Eu vejo dor, impotencia, e... vontade de fazer algo. Ninguém aguenta esperar para sempre que ela passe. E ela não se vai para nunca mais voltar. Ela volta. E volta. E volta. E nunca deixa de voltar.
    Mas...e se eu dizer que não me rendo? Que nunca vou me render? Eu quero e vou continuar. Por mais que doa, nunca vi ninguém morrer de dor de cotovelo, de dor de joelho,... Não me importo que nunca passe, eu me acostumo. Mas não vou sentar e esperar que desapareça. Pode ser grave; pode não ser. Não importa, não entende? Eu não posso parar...se paro, morro! E não é drama, é sentimento de dependência. Química, psíquica, física, tudo.
    Sou eu, e você faz parte de mim. Não vou desistir de você, prometo... e mais, prometo que cumpro minha promessa! Faz sentido? Enfim, não importa o que aconteça, não sou sua, mas você é meu, e prometo que cuido dela por você. E se não der? Se não der...não importa (denovo)! A dor vem, a dor fica, a dor passa, e volta de novo. Ciclo vicioso, sabe como é, nem Ameba quebra...é a vidá! E vidá com acento no 'á'.
    Chega. Cansei. Falei de mais. Muito mais do que devia. Ou não...tinha mais coisa pra falar. Mas, sei lá, cansei. Fui! Fui? É, fui!
~~Adios....

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Chain. Chance. Change.

A mudança. Tão temida, tão bem vinda. Transforma a tudo que toca, seja cadeira, corpo, mente, alma.
Ela vem assim, mandriosa, inesperada, aterradora, transformista inevitável, metamorfose bem vinda.
Chega quando menos se quer, porém quando mais se espera, se acomode e verá, seu mundo de cabeça pra baixo. É ela, languida como só ela pode ser, parece nuvem, parece sombra, parece chuva, que no fim, no fim mesmo, esconde um arco-íris de esperança.
É ela que faz o mundo girar, se dependesse de nós, reles humanos, a Terra seria quadrada, estática, acomodada.
Primeiro vem a promessa, de que um dia, tudo mudará, depois vem a mudança, pouco a pouco mas ela chega, carregada pelos suspiros e sonhos sussurrados ao vento, e por fim, chega aquela, esplendorosa e impactante, a evolução, que faz surgir novos suspiros e sonhos de serem como ele, o ser evoluído, e assim, nesse ciclo vicioso, o mundo gira, sem parar, desesperado por uma mudança, como um selvagem preso nas correntes de seu próprio pensamento primitivo, preconceituoso, petrificado e enclausurado, o louco em sua forma mais pura, que procura uma chance, só uma, de quebrar suas correntes e fugir, desesperado, a procura de um novo mundo, mais claro, mais limpo, melhor.
Não digo que mudei, longe disso, mas eu quero, do fundo do meu ser, e quem sabe não é essa vontade que me libertará de meus preconceitos e medos, dessa minha gula pelo estável, dessa minha hipocrisia solúvel?

The world keep on changing...why shouldn't I?